Futurismo e Fascismo
Em fevereiro de 1909 apareceu o Manifesto Futurista no qual se apresentava um movimento fundado por uma serie de literatos, intelectuais e artistas que gravitavam em torno da figura de Marinetti. Suas idéias transgressoras e revolucionarias pretendiam transpassar o mundo da arte e da literatura impregnando a vida inteira. Movimento de caráter agressivo, força e energia, amor ao perigo, exaltação da luta, da violência e da guerra, do militarismo, do patriotismo, liberando-se das amarras da tradição, do domínio do impulso sobre a razão....São os valores mais importantes que exalta o movimento. O FUTURISMO PREPAROU O CAMINHO AO FASCISMO.
MANIFESTO FUTURISTA
1. Queremos cantar o amor ao perigo, ao uso da força e do temor.
2. A coragem, a rebeldia, e ousadia serão elementos essenciais da nossa poesia.
3. A literatura exaltou, até hoje, a imobilidade do pensar , o êxtase e o sonho. Nos queremos exaltar o movimento agressivo, a insônio febril, o caminho da corrida, o salto mortal, a bofetada e o soco.
4. Afirmamos que a magnificência do mundo foi enriquecida por uma nova beleza, a beleza da velocidade. Um carro de corrida com seu capô enfeitado de grossos tubos como serpentes de respiração explosiva ... um automóvel que ruge, que parece correr sobre a explosão, é mais belo que a Vitória de Samatrácia.
5. Louvamos o homem que toma o volante, cujo ideal lança através da terra, como também lançou a corrida no circuito de sua órbita.
6. É necessário que o poeta tão generosamente, com pompa, paixão e liberalidade, possa aumentar o fervor entusiástico dos elementos primordiais.
7. Não existe beleza alguma se não é na luta. Nenhuma obra que não têm um caráter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-los a se curvar diante do homem.
8. . Estamos no ponto mais alto do promontório dos séculos! ... Por que devemos assistir a sua volta, se arrombar as portas misteriosas do impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Vivemos agora no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade onipresente.
9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo, o militarismo e o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas idéias para o que se morre e o desprezo da mulher.
10. Nós queremos destruir os museus, bibliotecas, academias de todo tipo, e lutar contra o moralismo, o feminismo e contra todas as covardias oportunistas e utilitárias.
11. Nós cantamos para as massas agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta: cantaremos canções multicoloridas e polifônicos das revoluções nas capitais modernas, cantar o vibrante fervor noturno de minas e pedreiras, incendiados por violentas luas elétricas; estações de fome, que devoram serpentes que fumam, para as fábricas suspensas das nuvens por fios trançados de suas fumaças; às pontes semelhantes a ginastas gigantes que farejam o horizonte, e as locomotivas de peitos largo que marcham sobre os trilhos como enormes cavalos de aço freado com tubos, e o vôo deslizante dos aviões, cuja hélice voa no vento como uma bandeira ou um povo que parece aplaudir com entusiasmo. É da Itália que lançamos para o mundo o nosso manifesto de violência avassaladora e incendiária com o qual lançamos hoje o FUTURISMO, porque queremos libertar este país de sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, guias e antiquários. E por muito tempo a Itália tem sido um mercado de ferro velho. Queremos libertá-la dos numerosos museus, que la cobrem por completo de cemitérios.
Formas únicas da continuidade no espaço.
Esta escultura de Boccioni (um dos fundadores do movimento) representa muito bem o espírito futurista. Um homem que caminha energicamente, quase violentamente, para o futuro. O autor registra constância da força do movimento representando, por meio de múltiplas formas geométricas, os rastros que deixa. Suas formas angulosas desumanizam a figura e faz com que, nos recorde a uma máquina (as máquinas modernas - como os carros que fascinavam aos futuristas). É a imagem do movimento e da força.
Esta escultura aparece hoje nas moedas italianas de 20 centavos de Euro.
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