segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Do Romantismo ao Positivismo


     A Europa do século XIX traja novas cores e assume uma atitude diferente com a qual se pretende colocar em questão o momento racionalista iluminado que precedeu este período.
 
     Contestou vivamente a disciplina, a regra e a norma da corrente neoclássica e passou então a cultivar o sentimento e a filosofia da natureza e a exaltar o indivíduo.  
 
       Importa perceber o fenômeno romântico e a forma como se expandiu na Europa para podermos reconhecer as suas consequências. Devido às circunstâncias políticas que se viviam na Europa no princípio do século XIX, foi extremamente simples casar o Romantismo com os ideais liberais e com o nacionalismo, que evoluíam rapidamente.
 
     O Romantismo assumiria vários rostos que utilizava consoante o momento e o país em que se expressava. Veja-se por exemplo o caso alemão, que adiante se desenvolverá.  
 
     Mas o século XIX apresenta uma outra vertente: se é o século do Romantismo, é de igual forma o berço do Positivismo e do Realismo a ele associado. 
 
Designa-se por Positivismo: a aplicação às ciências sociais e políticas dos métodos utilizados nas ciências positivas, ou seja, as matemáticas e as ciências experimentais. O otimismo que a Europa vivia, aliado às novas propostas científicas, contribuíram para um Positivismo que se generalizou. A ciência, segundo a opinião dos intelectuais e cientistas, podia trazer benefícios à Humanidade. Manifestou-se um profundo gosto pela descrição e pela indução, pelo conhecimento das ciências naturais e pelos métodos nelas utilizados.
 
       O Positivismo afirmou-se nas ciências humanas através do seu grande mentor August Comte e invadiu outras áreas da vida dos homens deste período. O uso da razão levaria o Homem ao conhecimento do Universo e isto era, sem dúvida, uma forma de fazer evoluir as sociedades. Para se atingir esta meta era necessário formar(estudar), por isso, assistiu-se à implementação do sistema escolar, primário, secundário e universitário, nos meios rurais e urbanos, embora nos primeiros a tarefa tenha sido lenta. A coexistência destas duas vertentes no século XIX demonstra que não houve homogeneidade. Assim, se a primeira metade do século se revela, de fato, mergulhada no Romantismo, a segunda metade indicia várias críticas, sobretudo ao aspecto religioso e moralista vinculado em certas manifestações românticas e mostra-se muito mais voltada para o cientificismo.  
 
"Os problemas sociais e políticos  não deixaram de preocupar os homens do século XIX."

O Romantismo é antes de mais uma corrente literária e artística. Manifestou-se na Alemanha e na Inglaterra no século XVIII e mais tarde em França e nos países escandinavos. Ainda mais retardado foi o Romantismo espanhol e o português, onde os cortes definitivos com o neoclassicismo ocorreram perto de meados do século, protagonizados por Larra e Garrett, respetivamente. Por isso, também na data da sua implantação em cada país não encontramos homogeneidade. Esta diferença cronológica favoreceu um jogo de influências.  
 
     Assiste-se à presença dos romantismos alemão e inglês na Rússia (Pushkin imita Byron) e ao facto de a França também se ter aberto ao estrangeiro. Pode-se falar de precursores do Romantismo Goethe, Chateaubriand, Ossian, Rousseau e o Sturm und Drang e de sobrevivências para do movimento, que assinalam um período de decadentismo e de inflexão. Organizaram-se em grupos, reuniam-se nos salões ou nos cenáculos e divulgavam as suas ideias ou defendiam as suas teorias através de jornais e revistas próprios.

                      O Romantismo alemão tendia para o universalismo.  
     Preocuparam-se com as questões linguísticas, o que originou a publicação de um dicionário histórico da língua alemã da autoria dos irmãos Grimm, e com a preservação do folclore e a coletagem de contos para crianças e de lendas alemãs. Trespassa pelos textos de História a noção de Volksgeist, ou seja, a alma do povo ou o gênio nacional.  
 
     A Itália adota o Romantismo aliando-o à ideia de patriotismo. Era dever dos intelectuais educar o povo e transmitir o amor à pátria.  
 
     A consciência nacional nos países escandinavos teve uma importância muito grande. As literaturas dinamarquesa, sueca, norueguesa, islandesas e finlandesa definiram-se e diferenciaram-se. A Rússia descobriu a literatura moderna através do legado de dois grandes escritores: Pushkin e Lermontov.

     O Romantismo ultrapassa a simples oposição à estética clássica, constituiu também um artifício de fuga à falsa liberdade e ao conservadorismo redutor das novas ambições. Denomina-se de "geração das ilusões perdidas" e de "escola do desencanto", mas persegue o ideal de que a vida pode ser mudada. Esta nova forma de sentir, por oposição à regra e à harmonia, faz evidenciar o sentimento, os estados de alma difusos e as cenas noturnas e mórbidas frequente a alusão aos cemitérios, às trevas e aos locais em ruínas, quer na literatura, quer nas artes plásticas). 
     Decorrente das tomadas de posição apaixonadas dos que sentiram o momento revolucionário, o sublime substituiu a razão, o gênio e a livre expressão do eu passaram a fazer parte das mentalidades. Para escapar a situações de opressão social com as quais não concordam e pela impossibilidade de mudar a vida, os românticos escolhem o exílio ou a viagem prolongada. Nestas deslocações procuram grandes espaços e são frequentes nas suas obras as evocações a oceanos, desertos e florestas; as paisagens tornam-se estados de alma. 
     Muitas vezes o romântico sente-se marginalizado e assume-se como o incompreendido, o poeta mártir. 
 
     Associado ao Romantismo está o propósito de conquista de identidade, quer individual, quer nacional. Porque os direitos do indivíduo têm como base o conhecimento da língua e das origens históricas, o Romantismo favoreceu a reabilitação da literatura antiga e das tradições populares. Transparece do Romantismo a intenção de recuperar as tradições cavaleirescas onde se faz o culto do herói e onde é recorrente a ideia de uma gloriosa Idade Média, sobretudo a do período gótico. No entanto esta predileção pela Idade Média não excluía o gosto pela Antiguidade greco-romana (Keats) e a inclusão de assuntos contemporâneos (a luta do povo grego face à opressão dos turcos).Fator esse que contribuirá na construção da Primeira Grande Guerra.
 
                  O Positivismo tem o seu paralelo no Realismo 
      A partir de cerca de 1850, que, ao nível da arte e da literatura, se revela pela representação da natureza sem qualquer idealismo. A obra de arte passa a ter como missão revelar toda a realidade natural, social e histórica.  
 
     O realismo literário visa a clarificação do mundo o mundo é compreensível e explicável. Assim, como pano de fundo do Realismo está o Positivismo visa a objetividade com o apoio da documentação e da análise.
     A análise da realidade através da observação e da experiência manifesta um novo posicionamento a necessidade de utilizar nas ciências sociais e políticas os métodos utilizados para as ciências positivas. Comte propõe algo novo: a física social, que mais tarde passou a chamar-se sociologia. Assim, a ciência social e política passaria a ter o estatuto das ciências de observação. Nesta classificação a matemática era considerada a base de todas as ciências = (Cartesianismo)
     O estudo dos fenômenos sociais assentava nos dados dispensados pela astronomia, pela física e pela química, tendo em conta as leis naturais invariáveis.  
      A noção de Humanidade, defendida como a unidade entre os homens, e os fenômenos do real não constituíam para o sociólogo conceitos abstratos mas conceitos de uma realidade positiva que se impõe ao espírito como unidade e como síntese universal.Num período em que dominam novas formas de feudalismo na indústria, o Romantismo desvenda o trágico da vida. De certa forma, o Romantismo e o Realismo não são mais que dois aspectos indissociáveis de uma mesma atitude face à vida: a consciência de uma realidade intolerável que é necessário transformar.

ADAPTADO DE: Do Romantismo ao Positivismo. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-09-02].
Disponível na www: .

Quais as diferenças e as semelhanças entre a crise de 1929 e a que atingiu o mundo entre 2008 e 2009?

Bruna Nicolielo (bruna.nicolielo@abril.com.br). Com reportagem de Rita Trevisan
QUEDA DAS BOLSAS Consequência comum das crises que eclodiram em 1929 e em 2008. Foto: Rischgitz/Getty Images
           QUEDA DAS BOLSAS Consequência comum das crises que eclodiram em 1929 e em 2008
A principal diferença diz respeito à causa das recessões. Em 1929, a economia norte-americana apresentava um ritmo de crescimento intenso e a produção extrapolava a capacidade de absorção pelo mercado interno. A saída foi incrementar as exportações.
           Com a retomada da produção europeia e a competição no mercado externo, os EUA foram obrigados a desacelerar, o que levou à crise. Em 2008, ao notar uma diminuição do ritmo de crescimento do país, o governo, por intermédio do FED (o Banco Central dos EUA), reduziu a taxa de juros e incentivou a ampliação do crédito. Os bancos se tornaram menos rigorosos na concessão de empréstimos e os bens imobiliários sofreram uma supervalorização. A inflação aumentou e o FED corrigiu a taxa de juros, o que provocou inadimplência.
           As consequências de ambas são semelhantes e incluem a queda nas bolsas, o aumento do desemprego e prejuízos para os investidores externos.

Consultoria Ricardo Pereira Cabral, professor de História da Universidade Gama Filho (UGF).
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/quais-diferencas-semelhancas-crise-1929-atingiu-mundo-2008-2009-608094.shtml

Entendendo Ambas as Crises

Esta charge retrata, de um modo humorístico, os principais afetados pelas crises.Imagem
           Por isso, vou usá-la como introdução deste post, que pretende explicar melhor a origem de ambas as crises.   Como podemos observar no primeiro quadro, que expõe a situação da crise de 29, um banqueiro se joga de uma janela de algum prédio dos EUA, provavelmente em Wall Street. No segundo quadro, onde a atual crise é representada, vemos pessoas sendo jogadas do mesmo prédio, só que agora é o banqueiro quem as joga.
          A relação da origem de ambas as crises é bastante parecida. A primeira (de 29) se originou da superprodução das indústrias que cresciam absurdamente. As ações sempre estavam em alta, e a produção de ferro agia em 100% de sua capacidade. O mercado de ações fervilhava. Um cidadão que não possuía dinheiro obtinha empréstimos nos bancos. O empréstimo concebido pagava cerca de 90% do valor total da ação. O cidadão-investidor comprava a ação, esperava-a valorizar, vendia, quitava sua divida com o banco e embolsava o lucro.Mas por que os banqueiros foram os mais afetados? Porém houve uma hora em que o consumidor já não precisava mais dos produtos fabricados e houve uma brusca queda no consumo destes. Porém as indústrias não acompanharam esta queda, o que levou a um enorme prejuízo. Os investidores que investiram na bolsa, perderam tudo e não tinham como pagar os bancos e, muitos, quebraram.

O povo não sofreu demissões em massa? Sim, sofreu.Sofreu muito também pois o atual presidente, Herbert Hoover demorou muito para agir. O governo da época estava muito ligado com o livre-mercado, portanto, acreditava numa mudança milagrosa que revertesse o efeito da crise. Milhares de americanos perderam seus empregos agravando ainda mais a crise. O mundo todo estava em meio a uma crise enorme.
Mas com a chegada de Franklin Delano Roosevelt, melhorou. Ele aplicou formas Keynesianistas, e com fortes reformas na  infraestrutura americana, gerou empregos e aqueceu a economia depois de algum tempo. Um grande trunfo de Roosevelt foi aplicar na infraestrutura, pois isso reaqueceu a economia, criando consumidores,as empresas começaram a produzir mais e vender mais. A confiança voltara! Na economia, a confiança é o que determina a queda ou a valorização. A certeza de lucro.

A atual crise no mercado imobiliário dos EUA. 
           Americanos compravam casas a prazo com crédito do banco, dando como garantia, uma hipoteca da própria casa adquirida. Essa hipoteca, que se chama subprime, era negociada pelos bancos que acreditavam em um retorno dos consumidores. Em meio à esta agitação do mercado imobiliário, houve uma produção muito grande de casas. Com isso ocorreu uma desvalorização de casas, por que quando um produto está em abundância no mercado, ele tende à cair. Além também da inadimplência. A queda da hipoteca acompanhou a queda dos preços das casas. Os bancos tinham muito menos do que esperavam; as transações feitas entre os bancos que vendiam e compravam estes títulos podres, havia valorizado o preço destes muito além do que eles realmente valiam. E então bancos quebraram, levando consigo ações de outras empresas que também quebraram e demitiram muitos funcionários diminuindo o mercado consumidor de todas as empresas. O famoso “efeito dominó.”

           Mas agora era a vez dos bancos serem ajudados. O governo gastou mais que US$1trilhão para comprar títulos podres de bancos e impedir que eles quebrassem. Os banqueiros foram salvos, já o povo ainda não.
Pode-se dizer que a Crise de 29 foi uma crise de mercado que influenciou o sistema financeiro, e a atual crise uma crise financeira que influenciou o mercado. E que nem sempre, onde a crise é originada é onde tem o maior impacto econômico.
Fonte:  BRENER, Jayme. 1929: A Crise Que Mudou O Mundo. São Paulo: Ática, 1997.

As sete principais questões entre Israel e Palestina em Annapolis

Líderes discutem perto de Washington o processo de paz.
Distribuição da água e zonas desmilitarizadas são algumas das prioridades.

Das agências internacionais
(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL193259-5602,00.html#clique)

As sete principais questões que serão abordadas na conferência de Annapolis, nesta terça-feira (27/11/2007)

"Pouco antes de começar a Conferência de Paz de Annapolis, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que a solução do conflito palestino-israelense exige "difíceis concessões", mas se mostrou seguro de que as duas partes estão comprometidas com um avanço."


1. Criação de um Estado palestino
Os palestinos querem proclamar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza um Estado soberano. Israel exige que seja uma entidade desmilitarizada e reclama o controle de seu espaço aéreo e de suas fronteiras.
As partes estão de acordo que Gaza e Cisjordânia, regiões separadas fisicamente, devem ser unidas de alguma forma atravessando o território israelense.

2. Fronteiras palestinas com as colônias judaicas:
Oficialmente, os palestinos exigem uma retirada israelense de todos os territórios ocupados desde junho de 1967, incluido Jerusalém Oriental.
Segundo o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, os palestinos querem "um Estado que tenha como base as fronteiras de 1967". "A superfície da Cisjordânia e da Faixa de Gaza é de 6.205 quilômetros quadrados e queremos estes 6.205 quilômetros quadrados", declarou Abbas.
Os palestinos exigem pura e simplesmente que as colônias desapareçam.
Em 2005, Israel retirou todos os assentamentos da Faixa de Gaza e quatro implantações isoladas na Cisjordânia.

3. Jerusalém:
Israel conquistou, em 1967, a parte oriental (árabe) de Jerusalém e se apropriou dela, já que considera esta cidade a capital eterna e indivisível do Estado de Israel.
A Autoridade Palestina quer converter Jerusalém Oriental na capital de seu futuro Estado e afirma que esta é uma condição não-negociável.
Nas negociações de paz de Camp David, em 2000, o primeiro-ministro israelense da época, Ehud Barak, rompeu o tabu e propôs pela primeira vez compartilhar a soberania de Jerusalém Oriental, sugerindo que os bairros periféricos árabes passem a ficar sob controle palestino.
Barak também sugeriu dar um estatuto especial à Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, lugar sagrado muçulmano construído sobre o antigo templo dos judeus.
O atual primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, deu a entender que Israel poderá ceder aos palestinos alguns bairros de Jerusalém Oriental.

4. Refugiados:
Existem quatro milhões de refugiados palestinos, expulsos de suas casas quando foi criado o Estado de Israel em 1948.
Os palestinos sempre exigiram que Israel reconheça o direito ao retorno destas pessoas, conforme indica a resolução 194 da Assembléia Geral da ONU.
Israel se nega categoricamente a conceder este "direito ao retorno" porque porá fim ao caráter judeu do Estado, mas está disposto a tolerar a instalação destes refugiados no futuro Estado palestino.

5. Controle da água:
Israel controla 80% da camada freática, ou primeira camada de água subterrânea, da Cisjordânia. Os palestinos querem que se reparta da forma mais eqüitativa e argumentam que sua população cresce mais rapidamente e, além disso, sofre uma falta crônica deste recurso natural indispensável.
6. Reconhecimento do Estado judeu:
Olmert exige que os palestinos reconheçam Israel como o "Estado do povo judeu" em qualquer negociação de paz futura. Mas os palestinos consideram que aceitar este ponto significaria renunciar ao direito de retorno para seus refugiados a Israel.

7. Calendário:
Os palestinos querem que se fixe uma data limite para conseguir um acordo de paz, de preferência antes do fim, em janeiro de 2009, do segundo mandato do presidente George W. Bush. Israel se nega a estabelecer um calendário, apesar do primeiro-ministro acreditar que se pode chegar a um acordo no decorrer de 2008.